A logística se coloca como um desafio à parte, em especial dada as particularidades do nosso país, que possui dimensões continentais, altos custos de deslocamentos e problemas estruturais de fundo como estradas ruins e baixo desenvolvimento de modais como o ferroviário e o fluvial, além de uma lógica da especialidade que é bastante marcada no capitalismo, como a ditas “vocações” produtivas que vão sendo ditadas para as diferentes regiões.
A logística solidária tem como pressuposto fundamental a construção de sistemas de cooperação, que passam pelas entregas cooperadas e não exploradas que devem ser organizadas pelas redes de economia solidária, partido do ponto da auto-organização dos trabalhadores, da remuneração pelo preço justo e pelo diálogo entre as redes que devem intercambiar e entrecruzar seus sistemas logísticos, com vistas a redução do custo final para o consumidor e dos custos ambientais associados a cada entrega.
Outro desafio fundamental passa pela construção dos circuitos-curtos, sendo esse um desafio imediato, mas também de médio e longo prazo, que passa pelo enfrentamento da lógica das especialidades que marca os sistemas produtivos capitalistas, ou seja, cada região deve buscar o sentido de autossuficiência, plantando suas hortas, seus pés de cafés e produzindo seu próprio queijo, para ficarmos em alguns exemplos, além da busca pela construção de sistemas avançados como o agroflorestal.