Categoria: A Economia Solidária da Rede Livres
7º Episódio – Vozes Livres – Paul Singer e o Socialismo Autogestionário
No sétimo episódio do VOZES LIVRES vamos conversar sobre Paul Singer e o Socialismo Autogestionário, com grandes convidados: Egeu Esteves, professor da Unifesp, e Newton Rodrigues, do Fórum de Economia Solidária da Baixada Santista.
A Economia Solidária da Rede Livres
A Economia Solidária para nós da Rede Livres é uma forma de organização social, econômica e cultural de reprodução da vida, estruturada em um sistema que não tem como pressuposto a propriedade privada e as relações de exploração do trabalho do capitalismo.
Entendemos a Economia Solidária como uma emancipação, mesmo que uma emancipação parcial dos trabalhadores dentro de uma concepção “Marxista Socialista Transitória”. Dada esta concepção não pensamos a economia solidaria como uma forma de trabalho aos excluídos do capitalismo apenas.
Nós propomos a constituir sistemas e cadeias produtivas articuladas com relações sociais justas e em respeito ao meio ambiente, produzindo bens necessários a vida e ao bem-estar, satisfazendo as necessidades reais, eliminado os supérfluos e os fetiches da mercadoria alienada. Se organizamos e nós construímos, mesmo que a contragosto dentro de uma realidade objetiva do século XXI dentro de um mercado capitalista global. A pergunta central para a Economia Solidária é: como vamos relacionar com os mercados? Podemos ser meras engrenagens deste sistema ou podemos “conspirar”, forjando um sistema pensado e articulado para ser estruturado e independente dos mercados e subordinações capitalistas. Óbvio que tudo passa por um processo de transição, e que muitas relações coexistirão, dada a complexidade das relações sociais e os meios de subsistências atuais. Cabe ao movimento constituir um sistema articulado de economia solidaria, simplificar e viabilizar cadeias completas a serviço da reprodução da vida, organizada por nós e entre nós.
Nos propomos a fazer uma desconstrução capitalista nos nossos círculos de relações, que transformou tudo em mercadoria alienada, para que possamos resgatar relações sociais saudáveis e completas de sentido humano, entre pessoas e não entre coisas, das coisas desejamos extrair seu valor de uso, das necessidades humanas reais, na quantidade mínima e em respeito a nossa mãe terra. Parece utópico, mas é possível e a história nos mostra que podemos gerar valores novos sobre várias formas de relações sociais. A forma capitalista não deve ser hegemônica entre nós, devemos ter como pressuposto meios de produção coletivos e trabalho solidário partilhado, em contraposição ao trabalho assalariado e a propriedade privada do dono ou do patrão.
A produção e a riqueza produzida coletivamente deve ser partilhadas solidariamente no sistema auto gerido. Para isto nos propomos a realizar as produções através das diversas formas de economia solidária. E optamos por radicalizar no sentido de ir raiz, e nos desafiarmos a conjuntamente com muita gente que veio antes, tem mais construção, acúmulo e história a somar humildemente na luta e na produção AGROECOLÓGICA.
O desafio é grande e temos que somar muita gente e colocar em pratica o conhecimento acumulado da classe, num esforço de pensar e construir fora das amarras do capitalismo um sistema e uma cadeia completa agroecológica.
Didaticamente separaremos em 5 áreas de planejamento:
– Comercialização e consumo solidário;
– Produção solidária;
– Finanças solidárias;
– Logística Solidária;
– Serviços solidários.
Sendo que todas estas áreas devem ser planejadas articuladamente nas diferentes formas de organização e existência jurídica, destacamos que o fundamental nas nossas formas de organização é a pré-condição da autogestão e composição de um sistema articulado em todas as esferas. A forma de organização pode ser em cooperativas, uma empresa ‘Ltda’, sociedade anônima (S.A.), associação de trabalhadores, sindicatos, Institutos, micros empresa etc.
Vale ressaltar os pressupostos que norteiam nossa construção e daqueles e daquelas que desejam se somar:
O desejo e a vontade de empreender coletivamente e usufruir do resultado coletivamente;
A associação, adesão ou parcerias em projetos com objetivo de satisfazer as necessidades sociais, culturais e econômicas;
Constituir uma rede de pessoas jurídicas necessárias aos projetos nas esferas da produção, logística, finanças, serviços, comercialização na amplitude necessária do sistema;
Respeitar o meio ambiente, as pessoas e a busca da transformação por um outro mundo, que como dizia a Rosa de Luxemburgo “onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferente e totalmente livres”.
1º Episódio – Vozes Livres – O que é a Rede Livres?
No primeiro episódio da série VOZES LIVRES, você conhecerá o que é a Rede Livres, uma iniciativa de ativistas, entidades e coletivos que busca integrar a produção, a comercialização, o consumo além da logística e das finanças solidárias além de um bate papo sobre agroecologia e economia solidária.
O episódio de hoje conta com a participação de:
Arlei Medeiros – Coordenação da Rede Livres – Redes Solidárias
Renato Libanio – Loja Livres Campinas – Comercialização
Vitor Tonin – Cresol/Campinas – Finanças Solidárias
Milena – Rede Livres/Baixada Santista – Consumo Solidário
Sammer Siman – Rede Livres – Logística Solidária